Em
teu corpo em chamas
jogo-me
de novo.
Ardo-me
nas flamas
e
presto me movo.
Tu
gritas e chamas
clamando
o meu povo.
Posso
dizer que amas?
Sem
dizer... comovo.
Nos
braços e camas
e
na casca do ovo,
nas
chamas e damas,
nunca
me removo.
Queimar
em ti, em nós, no mundo inteiro.
Sou
novo, sou velho, sou a resposta que buscas.
E
nunca me dizes com os olhos o que teu corpo pede,
sedento
permaneço no interno do avesso.
Amasso,
peço, reprovo. Recomeço.
Nego,
agradeço. Mais um passo que peço
Assim,
de perto, contesto. A peça de ti
em
mim queimado como o sol nascente.
E,
assim, meu corpo mundano
permanece
contumaz.
Te
arranca o verso soprano
no
tom que teu peito faz
e
eu sendo assim tão profano
profundo,
eterno e rapaz
sei
que trago do oceano
tu
e, junto, a minha paz.
Permite-me
dizer que ardes. És imensidão eterna,
a
bomba de hidrogênio do tutano de meus ossos.
És
o combústivel oxidável de meus olhos.
Espero
que, ao fim da vida, sejamos o carvão restante
do
ardor louco que tivemos ao longo dos séculos.
Eu, tu e nossas queimaduras.
Eu, tu e nossas queimaduras.
Caio
Bio Mello
09/11/2013
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