sábado, 10 de maio de 2014

A bailarina das bailarinas



Por que me buscas, bailarina?
Por que voltas em meus sonhos?
Teu corpo suave e delicado de um ser tão pequeno...

Tu não és uma pessoa, é mero brinquedo.
A alegria de uma menina ainda nova.
E, ainda assim, ganhas a imensidão de minha mente.

Vejo tuas mãos fazendo graciosos movimentos pelo ar
em gestos que amansam o mundo.
O seu vestido branco brilha na luz.

Não és dançarina. Mais que isso, muito mais.
És a bailarina, a pequena de meus sonhos.
És a transformação do mundo, o encontro do universo,
num ser que existe sem ser pessoa.

És a existência mais profunda de mim mesmo,
meu lado tenro, meu lado mais humano.
E me peito estafado alegra-se com a tua graciosidade.
És batalhadora. Não vês limites.

Possuis a incrível capacidade de enfrentar este mundo duro
e dar a ele a delicadeza de que precisamos.
És a solução para as lágrimas, o desfecho da solidão
e o princípio do espírito.

Então, bailarina, seja bem-vinda.
Deixa-me, por ora, sonhar como sonham os deuses.
E amanhã, nem sequer me importo de raiar ou não o dia.

Caio Bio Mello
10/05/2014

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