No
final da montanha
e
no começo do rio
onde
os destinos se encontram
jaz
um corpo.
Um
cadáver semilúcido de um ser
já
não mais sendo
que
se deteriora a olhos vistos.
Ali,
sem alimento nem aconchego,
permanece
cadavérico.
Os
animais carnívoros não têm mais apreço
pela
sua carne que cada vez mais piora.
Agora,
habitam seu corpo
ninhadas
de insetos,
no
banquete mórbido do pós-vida.
Assim,
seguro e insano, ele permanece.
As
crianças não gostam de se aproximar dele.
Os
velhos lembram do indivíduo que o cadáver
fora
em seu tempo movente.
E,
numa manhã qualquer (quem sabe?),
no
silêncio que descende do orvalho,
o
olho esquerdo – o único que ainda resta semiíntegro –
teima
em se abrir para espiar como o anda o mundo.
Na
sua tristeza, volta a se fechar com o derradeiro pensamento
continua tão horrível quanto antes.
Caio
Bio Mello
17/05/2014
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