domingo, 18 de maio de 2014

Fumaça

É como a noite
Um silêncio errado da mente
Um dia perdido 
(Quem sabe?)
Ao se reencontrar o menino
Em meio à névoa
E à audácia 

Pelos cantos - perambulante! -
Mero descuido de nós
Novamente, a névoa
E as sombras sem pés
Nem mãos 
Nem membros 
Apenas vultos descoesos

Empouquinhando esse muito 
Um monte de terra
Entre as janelas de vídeo
Numa madrugada serena
(Mas o tal é granizo)

Sem ruídos, os corpos deslizam,
Devoram, deglutem
Sem rumores nem destinos 

Como se tudo pudesse estar ali
Num pequeno silêncio 
Nesse minúsculo segundo 
Num farfalhar borbolético

E no canto da boca
Resta a canção 
Como também andam 
Os rumores de que ainda chove 

Caio Bio Mello
18/05/2014

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