segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Das razões pelas quais achamos que somos fracos

A maior prisão que existe é a da alma.
Vala comum dos medos.
As nossas ideias são nossos próprios muros.

Nossa carne é costurada por uma teia de angústias
que urdimos diuturnamente.
Nosso próprio preconceito nos limita.
Dizem-nos que não podemos fazê-lo
e, com o tempo, também passamos a acreditar.

Sequer percebemos que, para mudar,
o primeiro espaço a ser vencido é o individual.
É preciso definir quem somos
para depois pensarmos quem queremos ser.

Nossa personalidade é acorrentada
pelos piores pesadelos.
Impedimo-nos de sermos plenamente satisfeitos
porque a mediocridade é cômoda.

A faceta sombria da dúvida nos perturba
e, então, permanecemos na luz da incompletude.
Jamais podemos nos deixarmos no marasmo da mesmice,
na repetição de ideias – na morte da irreverência.

Somos eternamente inacabados
e o benefício do caos nos completa.
Os maiores sonhos nasceram para não ter fim.

A miríade do mundo.
As pétalas das rosas que caem ao chão
na lascívia helicoidal.

O medo é deglutível.
A verdadeira serpente é tentarmos sufocar as ideias
e adormecermos por uma era.
O ofídio rasteja por cima do corpo e, presto,
enlaça o torso.

Em instantes (o fluir do anos),
o monstro envolve ao ponto de impedir os movimentos.
As costelas se rompem.
Sem mais nem menos, sem prelúdio nem epitáfio,
uma única abocanhada devora as estrelas,
que perdem o brilho
no mar do suco gástrico.

Caio Bio Mello

07/12/2015

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