A
maior prisão que existe é a da alma.
Vala
comum dos medos.
As
nossas ideias são nossos próprios muros.
Nossa
carne é costurada por uma teia de angústias
que
urdimos diuturnamente.
Nosso
próprio preconceito nos limita.
Dizem-nos
que não podemos fazê-lo
e,
com o tempo, também passamos a acreditar.
Sequer
percebemos que, para mudar,
o
primeiro espaço a ser vencido é o individual.
É
preciso definir quem somos
para
depois pensarmos quem queremos ser.
Nossa
personalidade é acorrentada
pelos
piores pesadelos.
Impedimo-nos
de sermos plenamente satisfeitos
porque
a mediocridade é cômoda.
A
faceta sombria da dúvida nos perturba
e,
então, permanecemos na luz da incompletude.
Jamais
podemos nos deixarmos no marasmo da mesmice,
na
repetição de ideias – na morte da irreverência.
Somos
eternamente inacabados
e
o benefício do caos nos completa.
Os
maiores sonhos nasceram para não ter fim.
A
miríade do mundo.
As
pétalas das rosas que caem ao chão
na
lascívia helicoidal.
O
medo é deglutível.
A
verdadeira serpente é tentarmos sufocar as ideias
e
adormecermos por uma era.
O
ofídio rasteja por cima do corpo e, presto,
enlaça
o torso.
Em
instantes (o fluir do anos),
o
monstro envolve ao ponto de impedir os movimentos.
As
costelas se rompem.
Sem
mais nem menos, sem prelúdio nem epitáfio,
uma
única abocanhada devora as estrelas,
que
perdem o brilho
no
mar do suco gástrico.
Caio
Bio Mello
07/12/2015
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