Eis
o cavaleiro da armadura reluzente
no
dorso de sua cavalgada.
Em
sua mão, a espada que brilha
e
afogueia pela imensidão, desprovida de ar.
Em
meio às estrelas
Infinito céu
Brada
sua luta
Contra o fim das coisas
Pelos
inimigos
Ordem no planeta
São
pequenos pontos
Vistos qui de cima
Problemas
miúdos
Reunidos em pingos
Espada
que corta
Fatia silêncios
Crateras
lunares
E Jorge segue rumo, na profusão
do
sidero-beija-flor, passeio público
conhecedor
dos lunáticos
[Os
pés tocam a areia
olhos
volvidos para o céu
anoitece,
um doce véu se propõe
o
que haveria lá em cima?
Para
além mar, além céu?]
Um
dragão que não é garras,
não
é carne, nem é fogo.
É
de começo, meio e fim dragão
As
escamas nascem dentro de artérias
Povoam
o sangue como bactérias
Dominam
e dobram o coração
Desverdade:
esse monstro existe não
Nem
é recheado dumas matérias
Existe
só no sonho, nas pilhérias
É
guarda, sopro, lato, concepção
Uma
construção que o guerreiro forje
Demônio
de sonho, fado e segredo
Assim
por mil séculos a lutar
Mas
e quem poderia adivinhar?
Que
esse bicho, de tal simples brinquedo,
Só
convive dentro do próprio Jorge.
Caio
Bio Mello
26/12/2015
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