O
menino de noventa
que
possuía sonhos tão tão profundos
aprofundou-se
em tudo,
mas
esqueceu o mundo e, quando se deu conta,
estava
no último oceano da última curva do Universo
debaixo
de quilômetros e quilômetros de pura água.
De
lá, podia ver curtos raios de luz esgueirando-se
para
poder chegar em qualquer curva
de
correnteza que se permitisse.
Com
essa pouca luz e infinitos sentimentos
(que
não faziam sentido algum),
ele
percebeu que não veria mais a superfície
em
toda sua vida.
De
mãos atadas, enfim,
nadou
como um peixe
e
guelreou assim que possível.
Três
meses atrás, ele foi fisgado por um anzol grosso
e
hoje, congelado, está em exposição no Oceanário de Lisboa.
Caio
Bio Mello
04/12/2015
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