Você
é, ainda, o menino
que
tem um sentimento de mundo vasto,
um
desejo incompreensível pela imensidão?
Essa
atração pelo infinito, pelas coisas indescritíveis,
a
tendência natural da sensação por meio dos paradoxos.
O
menino que defende, ainda, irremediavelmente os sonhos
e
que acredita em uma certa bondade,
diluída
sobre a vida.
A
sensação de ter a existência por dentro dela mesma,
de
ver e ouvir e sentir e rememorar,
notando
a cadência do dia-a-dia
na
mesma viagem da orquestra
(o
conjunto das cordas e das vozes).
Você
planta suas ideias em si
e
acaba arraigado naquilo que defende.
Algumas
insensatezes lhe levaram adiante,
outras,
foram irremediáveis.
É
um sonhador sem conserto
que
leva em si uma aptidão
(o
dom ou seu avesso, por ser maldição)
irrefreável
que verga cada uma de suas decisões.
Talvez
seja essa sua melhor qualidade,
ou
se tornou seu pior defeito.
Isso
não poderemos definir hoje.
Pode
ser que nunca haja uma resposta,
mas
não importa.
Quero
lhe desejar o
aprofundamento
em suas qualidades
do
modo mais sutil que poderia querer.
Eu
quero que você busque sempre
o
melhor nas pessoas.
Que
veja, na névoa dos defeitos,
aquele
detalhe que lhe agrada:
uma
forma de sorrir
ou
o mesmo desejo, no outro, de afastar a solidão
(esse
demônio obtuso de quem você tanto corre).
Faça
isso com afinco.
Duvide
das suas mágoas e angústias,
lide
com os defeitos dos outros,
aprenda
a perdoar e
ame
profundamente.
Entregue-se.
Deixe
de ser tão raivoso, tão tempestivo.
Tenha
mais paciência.
Se
você tanto sonha
(e
eu sei que isso jamais mudará em você),
permita
que todos sonhem também.
Faça
parte.
Assim
seguiremos,
como
barco de papel
a
enfrentar a tempestade da água
em
pequena folha dobrada.
Caio
Bio Mello
25/01/2016
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