domingo, 24 de janeiro de 2016

Sampa (sempre) Sampa

Joga seus pés (tênis) num leve caminhar
(cedo) os raios banham a rua
assim no sol de sábado
um suave salvo balanço.

Cheiro das cores da rua
vem subindo pela veia
a nobre e gigante aldeia
que do concreto flutua.

Sim.

O balanço cor-de-lua
(o moonwalk de um escritório)
nas veredas dessa teia,
ali, quem vê se norteia:
o balanço continua.

Sobe desce dos morros, sorve sorvete,
Sampa (sempre) Sampa.

A pele que se tatua
a nobre sem mar sereia
que se sabe sem areia
a Sampa também cultua.

Um homem sem palco atua
lirismo dos clowns tapeia
faz a arte volta-e-meia
e sem palco conceitua.

Nesse sussurro do asfalto (quente)
silvos sirenes bombeiros artesãos.

Essa rua, toda nua,
aos domingos pagodeia
do café até a ceia
pauliceia perpetua.

Moça sentada nessa esquina (cordas e acordes)
solta sons serve  sossegos.

A cidade que vagueia...
Sem saber, eu sempre amei-a.
Minha única e santa
Sampa (sempre) Sampa.

Caio Bio mello
24/01/2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário