Há
uma percepção da vida
dentro
da vida.
Uma
camada mais densa, profunda.
O
sentimento de fluidez, perpetuidade,
harmonia.
Em
meio à serenidade, há a coesão.
Como
achar o barulho por detrás do silêncio,
ou
sentir-se solitário em meio à multidão,
ou
saber dos sentimentos mesmo que não os expressem.
É
olhar aquela rosa e sabê-la única.
Não
são as rosas. É aquela rosa.
Pressentir
o choro mesmo antes da lágrima,
vivenciar
as sensações preexistentes.
É
uma existência metafísica, transuniversal.
Como
se um pouco de tudo fosse um grande quadro
uma
imagem única e completa.
Esse
lado do viver distancia-se do cotidiano,
da
objetividade dos semáforos e leilões.
É
algo no limiar da intangibilidade.
Lá,
a vida faz sentido em sua plenitude.
Nessa
profundidade, nesse desdobramento,
é
possível identificar a origem, o núcleo, o epicentro.
De
lá irradiam as decisões, as sensações, o mundo.
Não
tem gosto, nem cheiro, nem cor.
Mas
está ali. Logo ali. Em tudo.
Está
em tudo, sempre.
Caio
Bio Mello
22/01/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário