Eu, ali,
extenso e pouco.
A rua tão comprida
fazendo uma praça em seu contorno.
Dois velhos sentados jogando damas
para o mar olhando
assim como o mar
olhava para eles.
Dentro de mim,
gaivotas voavam ao sabor de
meus sentimentos.
Elas talvez perdidas, talvez errantes.
E as ondas do mar
a voltar e ir
num querer dizer
e não falar coisa alguma.
Se o mar batesse nas pedras
como batia o meu coração,
não haveria mais pedras a se contar pelo mundo.
Um som de mim mesmo
brotava dentro de mim.
Queria ele dizer, talvez, um conselho
e dizer para que eu usasse galochas na chuva.
A minha sorte era que sentimentos nada diziam.
Eram apenas sentimentos.
Uma sagaz melodia
me corria nas veias.
E me batia uma vontade imensa
de continuar sendo.
Desconstruía-me procurando
refazer algo em mim que se fizera de novo.
E o belo, aos poucos,
era eu
e o mar também a olhar os velhos.
Caio Mello
10/01/2011
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