O poema sufocado
não consegue sair de seu quarto.
Fica preso entre a estante de livros
e a cama.
A janela possui grades.
(furtos, roubos, assassinatos)
A porta permanece fechada.
Fotos de crianças fantasiadas na mesa.
Os móveis de madeira antiga.
O dia ainda persiste, nem as estrelas do teto podem brilhar.
O lençol da cama muito bem estendido
soslaia o poema.
Um copo de água pela metade permanece na mesa de cabeceira.
Raquetes de tênis dentro do armário.
O poema solta um espirro.
Canetas num copo de plástico.
O travesseiro por debaixo da coberta.
A pilha de camisetas dentro do armário.
Tudo numa pequena bola vidro.
Ela tem, em seu ventre, água e neve.
O poema não respira lá dentro.
Caio Mello
17/07/2012
E morre sufocado tentando gritar a verdade sobre seus versos...
ResponderExcluir